Xênia, uma jovem Romani, nasceu em uma comunidade tradicional e conservadora na Hungria. Criada em um ambiente onde os casamentos arranjados e a adesão às tradições eram pilares fundamentais, ela se viu presa a uma vida que, embora rica em cultura e história, não correspondia inteiramente aos seus anseios.
Apesar da educação rigorosa e do valor atribuído ao conhecimento dentro de sua comunidade, Xênia sentia um vazio, uma busca por algo além dos costumes e tradições que a cercavam. Sua mente ágil e curiosa a levava a questionar o mundo ao seu redor, desafiando as normas estabelecidas.
Ela sonhava com cidades vibrantes, com livros cheios de histórias e com pessoas que compartilhassem de seus mesmos interesses. A vida dentro da comunidade era segura, mas também sufocante. As tradições eram como um manto que a envolvia, mas que às vezes a impedia de respirar.
Uma noite, enquanto todos dormiam, Xênia pegou um livro escondido sob seu colchão. Era um romance que havia encontrado em uma feira. Nas páginas amareladas, ela encontrava um mundo completamente diferente do seu, um mundo de possibilidades infinitas.
Com o coração inquieto, Xênia decidiu que precisava sair de sua comunidade. A decisão foi difícil, mas a necessidade de descobrir quem ela realmente era a impulsionava. Munida de um pequeno baú com alguns pertences e o livro que a havia inspirado, ela partiu em direção à capital.
Na cidade, Xênia se sentiu como um peixe fora d’água. A agitação, a diversidade e as novas ideias a fascinavam. Trabalhou em diversos empregos, desde garçonete até bibliotecária, sempre buscando aprender e se conectar com pessoas diferentes. Ao longo de sua jornada, ela aprofundou seus estudos sobre a história Romani, descobrindo uma rica tradição de mitos e lendas sobre seres sobrenaturais que protegiam seu povo.
Um dia, enquanto explorava uma antiga biblioteca, Xênia encontrou um livro em Romani antigo que falava sobre a linhagem de sua família. Ao ler as palavras enigmáticas, ela sentiu uma energia desconhecida percorrer seu corpo. Começou a ter sonhos vívidos, nos quais via imagens de seus ancestrais, poderosos seres capazes de controlar os elementos e proteger seu povo.
Com o tempo, Xênia começou a manifestar habilidades extraordinárias. A princípio, ela ficou assustada com seus poderes, mas logo percebeu que eles eram um presente e não uma maldição.
A Hungria passava por um período de grandes desafios. Desastres naturais, conflitos e doenças assolavam o país. Xênia, com seu coração compadecido e seus poderes recém-descobertos, sentiu a necessidade de ajudar seu povo.
Ela realizou um ritual poderoso, invocando os espíritos de seus ancestrais. Nesse momento, uma transformação ocorreu. Xênia, a jovem Romani, tornou-se uma arcanja, uma guardiã sagrada da Hungria.
Como arcanja, Xênia protegia seu povo de todos os males e inspirava esperança nos corações dos desesperançados.
